quinta-feira, 23 de julho de 2015

Migalhas não enchem a barriga e tampouco o coração.

A gente tenta, insiste, faz de tudo e mais um pouco para que gostem de nós. Coração é desse jeito… É terra de ninguém. Mais dia, menos dia, alguém que está de passeio resolve ficar. Dorme uma noite, passa um fim de semana, um mês inteiro, e quando vê, já se mudou. É assim que o amor começa. E quando a gente assusta já está no meio, quem sabe, no fim.
Às vezes não chegamos nem na metade do caminho. Porque essa não era uma prioridade, porque não estávamos seguros do compromisso, porque a nossa solidão era melhor do que a companhia do outro. Talvez não fomos tão insistentes. Talvez tenhamos insistido demais, até ter a certeza de que não era para ser. Acontece que ninguém é obrigado a amar, e nem é justo amar por dois. Se não for amor, que seja paixão, desejo, amizade ou apenas vontade. Quando não existe uma troca, não existe nada.
Podem chamar de egoísmo. Eu chamo de amor próprio. Ou a gente se ama primeiro, ou nada feito. Aquele que não se valoriza e que não engrandece a própria presença jamais será enobrecido aos olhos dos outros.
Não existe um amor por obrigação que seja prazeroso e gratificante. Justamente porque o amor não combina com imposição. Ou os dois se amam e querem estar juntos, ou que fiquem cada um no seu canto, mas com a certeza consoladora de estarem obedecendo as próprias vontades.
Tem algo que é impossível: mandar em outros corações, ditar ordens e querer que sejam cumpridas de acordo com as próprias regras. No amor não se manda. Também não se implora por ele. O amor simplesmente acontece. E quando ele começa a ser pedido, cobrado, mendigado, o mais honesto a fazer é deixar partir. Seguiremos então os nossos caminhos junto daqueles que nos queiram, reconfortados pela sinceridade conosco e com o outro. A verdade é que não existe prazer em ser amado como um dever. Antes a solidão fiel do que a companhia submetida.
Sou a favor do compromisso com nós mesmos. Vivo sob as leis da reciprocidade. É por isso que não admito me doar inteira e receber apenas um pedaço. Entrego tudo e quero o seu tudo também. Com a mesma proporção e intensidade. Também não admito ser metade de ninguém que esteja completo. Porque não é justo. Porque ninguém merece pouca importância, pouco valor e pouco caso.

Migalhas não enchem a barriga e tampouco o coração.


Escrito por Karen Curi 

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Eu prometo!


Não seria a primeira vez que eu prometeria 
Nem seria a última vez que eu descumpriria, 
Porque quando falo de você não sei fingir,
Pois é amor o que eu sinto, não dá pra fugir.

Já prometi tantas e tantas vezes que não te procuraria,
Que tola eu fui, na menor oportunidade eu corria e te via,
Com um sorriso bobo te recebia, 
E sem mais nem mesmo, outra vez você partia.

Partia da minha vista, 
Partia da minha vida,
Partia da minha companhia,
E como sempre, me partia.

Sua partida não era pra longe,
Você ao menos se mexia,
Sua partida era ausência,
E essa, eu profundamente sentia. 

Hoje, como nos outros dias,
Desisti de você, cansei da sua empatia,
Desisti do amor, que a tanto tempo eu sentia,
Hoje, desisti, como nos outros dias.

Hoje, como sempre, esperei mais de você,
Que pena, só esperei, esperei você,
Esperei você falar, nem que fosse de você,
Esperei mais uma vez e somente esperei.

Cansei de te esperar,
Cansei de te amar,
Cansei de partir meu coração,
Cansei de te amar em vão.

Um dia, um dia, quem sabe, talvez... 
Você entenda que a ti dediquei de uma só vez,
O mais sublime e despretensioso sentimento,
Um amor tão puro, mas que se perdeu no esquecimento!

Minha autoria: Juliete Olímpio


Saudade!



Muita gente pensa que para deixar saudades basta sumir da vista da pessoa. Isso não é necessariamente uma verdade. Para deixar saudades, o melhor mesmo é aparecer, mas não como se estivesse disponível para a pessoa. Os olhos vêem, o coração sentirá, mas a vontade de estar com você aumentará porque você se mostrará ausente!